sábado, agosto 30, 2003

Humor em Geologia


"Bem, olhando para trás suponho que já é algo que dura há algum tempo...mas eu só reparei que nos estávamos a afastar durante os últimos 50 milhões de anos..."

Deriva continental, in Geopor

sexta-feira, agosto 22, 2003

Bruninho!

terça-feira, agosto 19, 2003

Praia Grande - visitem os bichos!

Fiquei a saber pelo Diário de Notícias que o acesso na Praia Grande, perto de Sintra, que permite o acesso à vista das pegadas de dinossáurio se encontra concluído, fruto do esforço do professor Galopim de Carvalho, de quem tive a honra de ser aluno, do director do Parque Natural de Sintra-Cascais (PNSC), Carlos Albuquerque e da Câmara Municipal de Sintra. Louve-se o esforço de todos! A subida da escadaria é difícil mas o prémio de olhar de perto para 120 milhões de anos de história vale bem a pena. A não perder...vá lá, vão visitá-los.



Imagem de um dos trilhos de pegadas de dinossáurios bípedes nas camadas calcárias do Cretácico da Praia Grande.
(Foto de Carlos Laiginhas et al., site do Instituto Geológico e Mineiro)

terça-feira, agosto 12, 2003

Descontrolo em Sesimbra

Adoro a minha terra, odeio no que a transformaram. A minha terra é Sesimbra. Nascido e criado em Sesimbra.
A minha "especialidade" e a minha paixão são a Geologia Costeira. Entre as áreas de estudo sempre me agradou o estudo do equilíbrio de arribas.
Enquanto estagiava na Câmara Municipal dei-me conta de um projecto, datado da década de 60, que tinha como objectivo construir um enorme conjunto de prédios, em torno da falésia na zona mais a Este da vila. Para quem conhece a zona, trata-se de uma arriba viva, com marcas de erosão avançada, e em que a posição das camadas favorece a ocorrência de deslizamentos.



Arribas instáveis a Este da baía, marcas de deslizamentos

Esse projecto, foi na altura embargado, e nunca se voltou a construir nada naquela zona, apesar da carga colocada no topo da vertente ser, já de si, considerável. Qual não é o meu espanto quando, em meados de 2000 começo a ver avançar um projecto quase decalcado do tal dos anos 60, nessa mesma zona. Na altura comentei com colegas de profissão, familiares e amigos, que estavam "a brincar" com o desconhecido. Sim, porque estudos geológico-geotécnicos, como habitualmente...nem vê-los. Pouco tempo após começarem as obras, a estrada que passa por perto começou a aparecer com abatimentos enormes, estando o seu piso completamente destruído. As chuvas dos últimos dois Invernos encarregaram-se de trazer grande parte do material arenoso, agora sujeito a uma carga ainda maior, pela vertente abaixo. Em Fevereiro, se não me falha a memória, num prédio perto, em construção, e enquanto se procedia a trabalhos de betonagem, um pilar cedeu, e aos 3 feridos do acidente, por 15 minutos (hora de almoço), salvaram-se 10 a 15 homens que, minutos antes trabalhavam naquela zona. O "inquérito" culpou as peças de metal que sustentavam a estrutura. Eu fui ao local e sei bem o que aconteceu. O chão debaixo do pilar cedeu! A obra continua, tapa-se a última réstia da vertente natural que a vila, situada num dos vales litorais mais bonitos do país, arrisca-se a vida de trabalhadores, transeuntes, turistas e futuros moradores. Do outro lado da vila, uma enorme urbanização construída em cima de calcários margosos com gesso, parte da estrutura diapírica de Sesimbra. Gesso e água...e casas de dois andares em cima...é preciso dizer mais?
Depois, quando acontecer uma tragédia, quem foi o responsável pelos alvarás destas construções (em zonas proíbidas pelo PDM local) já estará fora da autarquia. E, nessa altura, o que se fará? Peditórios para ajudar a família das vítimas? A culpa em Portugal morre solteira...sempre! Entretanto o Presidente da Câmara tenta lançar pó nos olhos dos cidadãos/eleitores com promessas de mega-parques de estacionamento, teleféricos e outros que tais...palavras para quê?

sábado, agosto 09, 2003

Carbono





Descubra as diferenças.

sexta-feira, agosto 08, 2003

Como uma onda no mar

Lembram-se da "onda gigante" do Algarve, a 23 de Agosto de 1999? Pois é, aquela que não chegou a ser! Lembram-se do pânico? Pessoas a fugir das praias e das esplanadas, relatos de que barcos ao largo teriam sentido uma onda com 7 ou 10 metros de altura, etc... Pois! Eu estava a ver essas notícias e a rir que nem um perdido. Não que não seja possível acontecer uma tragédia dessas, mas não com estas características. Aliás, apesar das pessoas associarem muitas vezes o sismo de 1755 apenas à cidade de Lisboa, a zona mais afectada foi mesmo a costa algarvia, com ondas de mais de 11 metros de altura. Já em 1722, uma outra onda de maremoto tinha atingido, sobretudo, a cidade de Tavira, arrasando-a quase por completo.

As ondas provocadas por maremotos (sismos ocorridos por movimentos crustais no oceano), apesar de possuirem comprimento que pode atingir os 200 km apresentam amplitude inferior a 1 metro (nunca seriam sentidas pelos barcos ao largo do modo que correu nesse dia). O seu efeito destruidor é consequência da sua velocidade de propagação, que pode atingir 700 a 900 Km/h. Quando, ao aproximar-se da costa, a cota de mar sobe, o tsunami poderá, aí sim, gerar ondas consideráveis, com mais de 50 m de altura, propagando-se por vastas extensões para o interior.

Um conselho: quando vir a água do mar desaparecer de onde costuma estar, aí sim, pode preocupar-se. Devido ao equilíbrio dinâmico da zona de praia, antes de uma onda de maremoto atingir a costa, o mar "desaparece" deixando a seco uma vasta extensão de plataforma continental. O intervalo de tempo entre este prenúncio e a chegada da onda pode variar entre alguns minutos e uma ou duas horas.

quinta-feira, agosto 07, 2003

A inauguração oficial do Geo(B)logia

Porquê este blog? Porque não? Já que há blogs de todos, porque não um blog sobre essa excitante e divertida ciência, a Geologia. Não, não estou a gozar... É mesmo a Geologia dos calhaus, das falhas, dos filões, dos vulcões e dos dinossáurios...Na realidade, há muito nesta ciência para além da matéria secante, e destinada ao decoranço, do que é ensinado no ensino secundário e até no ensino superior. É um mundo que vale a pena descobrir...digo eu, que sou suspeito. E agora passo a apresentar-me: O meu nome é Nelson Santos, formado pela nobre FCUL (Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa) em Geologia Aplicada e do Ambiente. Antes de mais bem vindos a este espacinho que espera mostrar um outro lado de uma ciência. Espero que gostem!